Indústria do couro apresenta potencial de fortalecer a rastreabilidade
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), 39,5 milhões de cabeças de gado foram abatidas em 2020. O tema da carne é amplamente discutido, representa apenas 60% do peso do boi. Outro produto importante derivado do gado é o couro. São 39,5 milhões de pele de boi que abastecem uma cadeia de valor bastante pulverizada e, por isso mesmo, com potencial de fortalecer a demanda pela rastreabilidade da produção bovina.
O programa Boi na Linha publicou um estudo intitulado Rastreabilidade e certificação na cadeia de valor do couro justamente para colocar luz neste tema. Desenvolvido pelo coordenador de Projetos no e Imaflora, Lisandro Inakake de Souza, e pelos consultores especialistas, Álvaro Flores e Maria Guida Junges, o Info Brief 4 aborda a importância das certificações, a sinalização do engajamento das empresas nacionais no tema da rastreabilidade e a necessidade de mais transparência em toda a cadeia produtiva.
Segundo o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), os couros são utilizados pelas indústrias de calçados e de moda em geral, pela indústria moveleira e automotiva, indústria alimentícia, farmacêutica, entre outras, mas a maior parte da produção, cerca de 80%, é destinada à exportação. O setor de couros, no Brasil, conta com 244 plantas industriais pertencentes a 207 grupos empresariais, desde multinacionais até empresas familiares. Emprega cerca de 30 mil trabalhadores e movimenta mais de US$ 2 bilhões a cada ano, ainda segundo o CICB.
Os clientes dessa cadeia têm aumentado a demanda de informações sobre a origem das matérias-primas, principalmente por compradores ligados ao mercado da moda, pressionados pelos consumidores e o próprio mercado, especialmente do setor calçadista. Uma avaliação da Global Canopy identificou 15 empresas-chave com sede na Europa e nos Estados Unidos que poderiam desempenhar um papel importante na redução do desmatamento na cadeia do couro. Elas incluem grandes fabricantes de automóveis, como General Motors e Volkswagen, varejistas de móveis, como Ashley Furniture Industries e DFS, e empresas de calçados, como Adidas e Nike. A Itália é o segundo maior importador de couro bovino brasileiro depois da China.
Workshop de capacitação dos varejistas em São Paulo (SP)
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O quarto episódio foca na impossibilidade legal de regulamentação relacionada às terras indígenas.
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Aprovado oficialmente pelo Ministério Público Federal (MPF), o documento coordenado pelo Imaflora estabelece os parâmetros e detalha as regras para analisar os fornecedores e as compras de gado.